Com o empoderamento feminino, as mulheres conquistam, a cada dia, mais espaços na sociedade e no mercado de trabalho. Mas quando o assunto é sexualidade o panorama parece que ainda tem o que evoluir. Uma pesquisa encomendada pela marca de preservativos Olla mostra que comprar camisinha ainda é tabu para grande parte do público feminino: elas se sentem desconfortáveis (42{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b}) ou julgadas (37{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b}) na hora de obter o produto. Já para a maioria dos homens (72{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b}) é natural adquirir os preservativos.
– O constrangimento e a vergonha parecem estar relacionados ao medo de serem julgadas como promíscuas, enquanto os homens não sofrem o mesmo – analisa a antropóloga especialista em comportamento feminino, Mirian Goldenberg.
Um dado que preocupa a sociedade médica foi confirmado pelos entrevistados na pesquisa – pessoas sexualmente ativas com idades entre 18 e 35 anos: grande parte deles raramente usa camisinha.
– Com o avanço nos tratamentos, o medo de contrair uma doença sexualmente transmissível diminuiu muito. Então os jovens que não viveram a época do descobrimento do HIV, deixam de usar o preservativo. Isso tem aumentado muito a transmissão de DSTs, como a sífilis, por exemplo – afirma Cássio Sartório, ginecologista do Vida Centro de Fertilidade.
Poucas levam na bolsa
Das mulheres entrevistadas, 63{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b} afirmaram já ter feito sexo sem proteção porque nenhum dos dois tinha camisinha. Apesar de acharem que deveriam levar os preservativos na bolsa (77{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b}), apenas 29{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b} delas os têm. Grande parte (47{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b}) acredita que seria julgada pelo parceiro por ter o item, mas 79{ce2551fde2e1a4b26c8301536bdeec1ec9d30bdaca74ae8a9a9dcfce14bbd35b} dos homens garantiram que não veriam problema algum.
– Apesar de defenderem uma maior igualdade de gênero em suas falas, elas têm medo do preconceito a respeito de seus comportamentos sexuais. A vergonha não é necessariamente do parceiro, mas de não corresponder a um modelo de mulher que reprime a própria sexualidade – afirma Mirian.
Por EXTRA